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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

ÉPOCA DE AURORA

Lembro-me daquela época de aurora onde os pássaros cantavam embaixo de nossas janelas. Lá construíram os seus ninhos e cuidavam dos seus ovos com tanto afinco!
Lembro-me também das “casas” de tábua construídas sobre pinguelas. Dos estudantes com seus uniformes: gravata, uma roupa social, calção para os meninos e saia para as meninas. Que saudades daquela escola “Padre Anchieta”!
O transporte da época eram os bondes, que andavam sobre os trilhos com toda calma proporcionando paz aos seus viajantes.
Ah! E o saneamento básico? Não havia rede de esgoto, apenas fossas. Água encanada? Quem dera! Só uma torneira que chegava água apenas à noite. E energia elétrica? Nem pensar! A escuridão era clareada pelas antigas lamparinas.
Os primeiros moradores chegaram em 1920, quando o governador retomou as obras de melhoramento que visavam ampliar o espaço urbano da capital. Os melhoramentos consistiam no aterro da região onde se localiza o bairro Forte São João, acompanhando o traçado da Avenida Vitória até atingir Jucutuquara.
Jucutuquara, nosso bairro mais antigo, com seu mercado majestoso onde os moradores faziam suas compras e aproveitavam os encontros para conversar...
Encontros, amizades, namoro... Claro! Não posso me esquecer do namoro. Ele era só no olhar, o “flerte”, não como é hoje em dia. Naquela época tinha muita poesia.
Essas são algumas das histórias que guardo em meu coração e em minha memória, da minha época de aurora, disse a senhora Dona Ivete, moradora antiga do nosso bairro Ilha de Santa Maria, que com tanto carinho e atenção nos falou de suas memórias do nosso bairro.

Camila de Jesus da Silva
7ª série A
Classificada para etapa Nacional da Olimpíada de Língua Portuguesa- 2010

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